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sábado, 26 de novembro de 2016

Cronica: DOCE LOUCURA


              CRÔNICA:  Doce Loucura.
      Autor: Feres Cury
    Loucura!  Imaginar ou realizar coisas imprescidiveis ao nosso cotidiano.
  Imagine o que vem por ai!
  Loucuras, doces Loucuras...
  Vou fazer hoje mesmo, só mesmo hoje, prá ver se esse dia nostálgico seja um tanto diferente dos outros.
  Vou fazer um panelaço de cachorro quente, só que: Sem a dita cuja “salsichas” não é que não gosto de salsichas... mas quero dar ênfase ao meu cachorrão, em vez de salsichas quero rechear de mortadela, em vez de alface quero serralha, em vez de ...quero pimenta bode.... quero um cachorrão na medida de arrebentar qualquer um outro... Eu quero!
  Vou fazer uma macarronada nesse final de semana, vou sim... Sem usar o MACARRÃO, em vez do falado quero rechear com pedaços de pães que restaram no decorrer da semana... vou recortar os pães em fatia, para sentir o doce pecado da farinha do macarrão... quero sentir essa controvérsia do poder da concentração dos ingredientes que fomentam e dão o paladar do referido alimento.
  Vou ao mercado com apenas cinco reais, e quero fazer o desbronco  duma bela compra , se possível esvaziar as prateleiras nem se for pela metade da metade nessa compra  pretendo levar pra minha despensa desde o feijão, ou do arroz até a batata inglesa ou a farinácea pro dia a dia do mês...
  Eu quero saciar a fome também quero levar prá minha despensa um tanto de sabão em pó, detergente, bom-bril e outros produtos de limpeza...
  Eu quero fazer tudo isso, e mais, porque O REAL a moeda que circula, jamais teve valor igual agora! Que MOEDA!
  Pra terminar essa doce loucura, seria impossível dizer sou um louco do designo de Deus! Sou um contraditor, um louco sensato, doce, fascinado,impertinente, insensível à realidade...
  Sou apaixonado por doces loucuras!
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domingo, 20 de novembro de 2016


Crônica: ÉCO e SOMBRA



   
      CRÔNICA:  Eco e Sombra
               Autor: Feres Cury                                                      
Bem próximo a uma gruta:
Há alguém por aqui?
Reflete o som
Há alguém por aqui...
Bem próximo a um  lago:
Em pleno sol do dia:
Reflete a minha sombra,
E vou distanciando..distanciando...
Eis ai:  a sombra aumentando ( meu vulto ).
De repente vou aproximando ...
Eis o vulto vai diminuindo;
 ( sinal simbólico: como se fosse um espelho )
   Diante disso tudo:
  Resta-me dizer!
Há alguém por aqui?
Aqui: Sim responde o Éco...
Há alguém por aqui?
Vem, vem...
Por que foges de mim!
Observando, e nado vendo diante de mim...
Simplesmente: Vozes retornando “ÉCO”
Sem ao menos pensar:
Frente ao espelho estar!
E então: A sombra enfeitiçada...
E o eco aumentando...
Ao debruçar  diante do lago,
Meus olhos lacrimejando e a sombra aumentando...
Vibrando num retumbante:
Agora sim!
Prefiro morrer sussurrando,
Do que  ser possuido do Éco e da Sombra!
Deixe-me viver.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Por que será?????

                         
       CRÔNICA:  Por que  será ?
               Autor: Feres Cury

       Por que será?                                                Por que será?
  Que na tristeza, não há sorriso!                Que nenhum dia ou noite,
  Que no sorriso, não há tristeza!                       Não são iguais!

       Por que será?                                          Por  que será?
  Que: paixão, amor e sorriso,                Que cada cor dá um performe,
  Caminham juntos!                                             Único e original!

       Por que será?                                            Por que será?
  Que destreza, tristeza e injustiça,          Que a nossa imaginação,
  Caminham juntos!                              Vive agregada aos pensamentos!

        Por que será?                                               Por que será?
  Quando do sorriso, a alma fortalece!     Que os invejosos e caluniosos,
  Quando da tristeza, a alma envelhece!   Não conseguem calar diante ...

         Por que será?                                                   Por que será?
  Que a saudade e a imaginação,   Que alegramos quando alguém nasce,
  Não escolhem idade!                   E entristecemos, quando alguém morre!

      Por que será?                                                 Por que será?
  Que a dor e o amor,                                      Que a saudade,
  Não dão explicação!                                       Jamais se apaga!

      Por que será?                                                 Por que será?
  Que cada beijo,                                              Que...
  Nos lembra, um determinado momento!


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Por que será?????

                 

                         
                    CRÔNICA:  Por que  será ?
               Autor: Feres Cury

       Por que será?                                            Por que será?
  Que na tristeza, não há sorriso!             Que nenhum dia ou noite,
  Que no sorriso, não há tristeza!                    Não são iguais!

       Por que será?                                               Por  que será?
  Que: paixão, amor e sorriso,                Que cada cor dá um performe,
  Caminham juntos!                                          Único e original!

       Por que será?                                               Por que será?
  Que destreza, tristeza e injustiça,          Que a nossa imaginação,
  Caminham juntos!                               Vive agregada aos pensamentos!

        Por que será?                                              Por que será?
  Quando do sorriso, a alma fortalece!     Que os invejosos e caluniosos,
  Quando da tristeza, a alma envelhece!   Não conseguem calar diante ...

         Por que será?                                             Por que será?
  Que a saudade e a imaginação,   Que alegramos quando alguém nasce,
  Não escolhem idade!                E entristecemos, quando alguém morre!

      Por que será?                                                 Por que será?
  Que a dor e o amor,                                      Que a saudade,
  Não dão explicação!                                       Jamais se apaga!

      Por que será?                                                 Por que será?
  Que cada beijo,                                              Que...
  Nos lembra, um determinado momento!


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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cronica: Prá Chupar! Chupar! lindas Uvas;



      CRÔNICA: Prá chupar! Chupar! lindas uvas.
Autor: Feres Cury
A bela família paranaense, está olhando pros céus, deitados na varanda, numa bela chácara de marialva, ouvindo o som e as imagens da televisão, é domingo! lá estão sintonizados no programa do Faustão.
É uma linda tarde, e o por do sol aponta, e a filha solteira de nome marialva olhando pros céus, fitando olhares pro parreiral, dá um grito tamanho e estridente, sintonizada com os olhares ao parreiral avista um tamanho cacho de uvas, diz ao pai.
Corta lá! Oh pai! Corta lá, É um lindo cacho, são lindas uvas, olha só! Tamanho cacho, dá pra todos, E o velho pai pegando uma velha tesoura se aproxima do cacho, o corta e distribui pra toda família.
A família saboreia, são as uvas, uma delícia!
Uma das filhas a mais velha, de olhos verdes, usando uma saia, ao levantar da rede, um vento assopra, e a saia levanta, e as pernas demonstram as lindas coxas que a ruivosa construiu, mas, ninguém repara.
Outra filha de olhos castanhos, se não me engano, prossegue e canta uma cantiga de minar, as uvas, a família saboreia, são uvas da velha parreira, na velha marialva, lá na chácara do velho guerreiro, põe a mais uma família e ao seu sustento, vender uvas.

Cronica: Da Bahia pro Mundo


   
 
CRÔNICA:  Da Bahia pro mundo  “Divertir ou Sofrer”.
       Autor: Feres Cury

  Meu nome Abdias, minha esposa Vânia, meus filhos o mais velho tem 14 anos, seu nome José, somos moradores de Jequié, uma cidade do sertão da Bahia.
  Tenho mais duas filhas a Tereza e a Cláudia; a Tereza já tem 11 nos e a Cláudia 09 anos, somos uma família de situação equilibrada o que Eu ganho juntando com o ganho da minha amada da pra viver bem.
  Conhecer São Paulo é o nosso sonho, estamos de malas prontas e para lá estamos indo.
  Agora aqui em Salvador, já estamos longe um tanto de Jequié, inda que na estação rodoferroviária aguardando para o novo embarque dessa vez para São Paulo, serão algumas horas de viagem, e o nosso sonho poder tornar uma realidade; o trem dá o seu último apito, e lá avistamos a grande e aconchegante metrópole.   A alguns minutos estaremos realizando o último desembarque, e juntos  faremos uma pequena caminhada para um repouso dessa longa viagem.
  No desembarque do trem, e no corre corre, o descuido aconteceu, uma das minha filhas é arrastada por um vagão, que ora estava fazendo manejos naquela localidade, o episódio é triste, ver uma filha ser arrastada por um vagão e nada poder fazer.  Imagine você leitor esse triste episódio para uma mãe, e para um pai,ver a filha sendo decepada e carregada pelos trilhos afora, e nada poder fazer;um triste momento, para se guardar pelo resto da vida. Nessa hora tudo vem na imaginação é uma longa fita que se passa pela memória...os dias se vão, as tristes lembranças não dão conta desse casal, e em passeio pela grande cidade, dão conta de observarem as grandes vitrines por onde começa a enamorar objetos de grande valia.  Na observância, deparam com alguns brinquedos diante desses, alguns trens, e o sertanejo mais que depressa pucha do seu bolso uma carabina e dispara diante da vitrine, acertando de cheio os que são na realidade pequenos brinquedos: “trenzinhos”, um jovem que passa no momento diz: Não faça isso, são pequenos brinquedos, e ele retruca, isso quando cresce, imagine você o tamanho do tormento, arrasta qualquer um, o danado é muito veloz, arrastou a minha filha, quando já vindo de Salvador para cá, isso no desembarque...
  Esses bichinhos devem morrer, ainda quando pequenos, pois, quando crescem... Imagine você! É uma tormenta...
  Que pena! O Baiano ainda descontente com o ocorrido, e sem conhecimento, errou por demasia, a memória de um fracassado leva às vezes a cometer loucuras, como essa que você acaba de ler.
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Cronica: Verdade ou Falsidade



        Crônica: Verdade ou Falsidade.
Autor: Feres Cury
No dia a dia, todas as manhãs , saio de casa, logo cedinho, para mais ã um belo dia de trabalho, sigo
em frente, vou caminhando, passo por uma avenida e me dirijo à parada para mais uma vez esperar
a circular que por vez me levará para meu destino: Meu trabalho.
Passam-se alguns minutos, avisto de longe o número da circular que irei pegar. Dou um sinal, com
um dos braços para cima, então a circular se aproxima e pára. Como de costume, sempre lotada.
Entro, e na catraca, às vezes me acomodo diante de tantos passageiros, que vão também em busca do
trabalho diário para o sustento familiar.
O motorista segue o percurso que lhe é dado, rotineiro e também diário, e a cada ponto a porta
traseira abre para um ou mais passageiros descer e a porta dianteira também se abre, só que para o
embarque.
No embarque e desembarque nota-se que muitos passageiros são estudantes, que também usufruem
daquela modalidade, para seu destino que não é o mesmo, trabalho, e sim busca de estudos para um
futuro provedor e melhor.
Ao meu ver, circular é um meio de transporte para cidadãos em comum,em que na medida do
possível transporta trabalhadores e indivíduos para o trabalho, ou ao seu destino “infoco”.
Hoje, entretanto circular é um meio de transporte onde por vez encontramos um montão de
aberrações, quero aqui demonstrar só mesmo um pedacinho dessa trapaça.
De vez em quando para não dizer que de segunda à sexta ao adentrar na circular, sempre com
super-lotação e uma indignação visto que os corredores da referida sempre congestionados e eu
sempre paro diante da catraca, e ao rodar a mesma noto que os corredores estão demasiadamente
lotados, pessoas da terceira idade em pé, para um percurso irrisório, mas que amedronta, pelas
características já adquiridas pela idade que ora possuem, vou mais ainda, diante dessa realidade
alguns passageiros aproveitam para não serem incomodados e usam do celular interligados ao som
musical que por vez como dizer esse objeto obsoleto ora vem atingir e incomodar o sossego de
muitos,pelo visto, e do meu conhecimento esse meio de transporte ora denominado circular é para
transportar com dignidade trabalhadores. E, infelizmente já está virando danceteria ou quase , pois
pelo visto muitos não dão crença que esse objeto estranho denominado celular é para um uso devido,
e que não venha causar constrangimento a muitos, como é visto.
Já, percebendo esse barulho estranho, procurando dentro da circular, e olhando para frente, com
essa aglomeração nos corredores da circular, e de onde vinha aquele barulho, no sobe e desce de
passageiros, e a circular sempre cheia, então, desisti de procurar, com a cabeça dolorida, pelo alto
som, e meus ouvidos já naquele percurso meus ouvidos já adquiriram aquele zunido forte, imagine o
som para aqueles que estando mais próximos... um show em meio a todos aqueles rostos cansados e
esgotados, que embora uns vindo do trabalho outros tantos indo ao trabalho, e aquele som
conhecido por muitos, não passa a ser de um estudante que induzem aos ouvidos os chamados fones
de ouvidos mediante o instrumental denominado celular. Isso em pleno século XXI.
Ainda que surge uma pergunta singular para muitos: circulares existem para trafegar de norte a sul
e de leste a oeste, diante dos corredores das metrópoles ou grandes cidades, de vez e que a cada
esquina carrega e descarrega quatro ou mais passageiros, esses por vez,passam pela roleta
normalmente, com a ansiedade de obter um acento provavelmente pelo bom pago digo, pelo valor
da passagem, mas... infelizmente são ser cabides diários pelos corredores da referida.
Isso é um absurdo, é um barbarismo, em pleno século XXI, para mim é uma utopia que deveria
evidentemente ser abolida para todos os cidadãos que diariamente usufruem desse meio.
No embarque e desembarque, dê um adeus ao som.
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Sou Cego Crônica



      Crônica: Sou um cego! Cuida de si...
Autor: Feres Cury
Minha vida, um amor de vida!
Uma vida sentida, uma vida jamais esquecida.
Eis aqui o resumo do meu diário em vida trabalhada.
Mãos calejadas, de tanto trabalhar, do meu passado jamais
algo irei resgatar.
Minha infância foi uma eterna jornada de trabalho em linhas
rigadas, meu passado,um sepulcro, jamais esquecerei.
Meu mundo moreno, pobre sereno.
Minha infância se processou, com o trabalho, todavia rodeado
de ferramentas junto à lavoura.
Hoje com tudo o que tenho, mesmo com meus olhos que dão a
vida, para a vida! Sou um cego, cego da cibernética, caminho pela
cidade toda!
Mas não tenho entendimento... vejo “os letreiros” mas não
consigo decifrar sequer uma letra, infelizmente,hoje tenho a dizer:
Sou um cego! Um cego que vê, mas não sabe ler!
Sou realmente um cego, porque não aprendi a ler e tampouco
escrever.
Aprecie o seu tempo!

sábado, 24 de setembro de 2016

Fluentes de cordéis com cezar obeid

                                Árvores e tempo de leitura    
                                                Me ajude aprender a fazer um cordel...
                                                        Palestra  Semana cultural 
                                                 IEEM  ano 2016   Prof Feres   outubro


MARIA JOSÉ NÓBREGA 2 3 4 Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental Leitor fl uente — 4o ao 7o anos VEREDAS Parte comum.indd 1 8/13/13 8:37 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel PROJETO DE LEITURA Coordenação: Maria José Nóbrega Elaboração: Luísa Nóbrega DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR Procuramos contextualizar o autor e sua obra no panorama da literatura brasileira para jovens e adultos. RESENHA Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta as possibilidades e necessidades de seus alunos. COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA Apontamos alguns aspectos da obra, considerando as características do gênero a que O que é, o que é, Uma árvore bem frondosa Doze galhos, simplesmente Cada galho, trinta frutas Com vinte e quatro sementes?1 Alegórica árvore do tempo… A adivinha que lemos, como todo e qualquer texto, inscreve-se, necessariamente, em um gênero socialmente construído e tem, portanto, uma relação com a exterioridade que determina as leituras possíveis. O espa- ço da interpretação é regulado tanto pela organização do próprio texto quanto pela memória interdiscursiva, que é social, histórica e cultural. Em lugar de pensar que a cada texto corresponde uma única leitura, é preferível pensar que há tensão entre uma leitura unívoca e outra dialógica. Um texto sempre se relaciona com outros produzidos antes ou depois dele: não há como ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. Retornemos à sombra da frondosa árvore — a árvore do tempo — e contemplemos outras árvores: Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (…) E Deus deu ao homem este mandamento: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás de morrer”.2 Ah, essas árvores e esses frutos, o desejo de conhecer, tão caro ao ser humano… Há o tempo das escrituras e o tempo da memória, e a leitura está no meio, no intervalo, no diálogo. Prática enraizada na experiência humana com a linguagem, a leitura é uma arte a ser compartilhada. A compreensão de um texto resulta do resgate de muitos outros discursos por meio da memória. É preciso que os acontecimentos ou os saberes saiam do limbo e interajam com as palavras. Mas a memória não funciona como o disco rígido de um computador em que se salvam arquivos; é um espaço movediço, cheio de confl itos e deslocamentos. Empregar estratégias de leitura e descobrir quais são as mais adequadas para uma determinada situação constituem um processo que, inicialmente, se produz como atividade externa. Depois, no plano das rela- ções interpessoais e, progressivamente, como resultado de uma série de experiências, se transforma em um processo interno. Somente com uma rica convivência com objetos culturais — em ações socioculturalmente determinadas e abertas à multiplicidade dos modos de ler, presentes nas diversas situações comunicativas — é que a leitura se converte em uma experiência signifi cativa para os alunos. Porque ser leitor é inscrever-se em uma comunidade de leitores que discute os textos lidos, troca impressões e apresenta sugestões para novas leituras. Trilhar novas veredas é o desafi o; transformar a escola numa comunidade de leitores é o horizonte que vislumbramos. Depende de nós. Enigmas e adivinhas convidam à decifra- ção: “trouxeste a chave?”. Encaremos o desafio: trata-se de uma árvore bem frondosa, que tem doze galhos, que têm trinta frutas, que têm vinte e quatro sementes: cada verso introduz uma nova informação que se encaixa na anterior. Quantos galhos tem a árvore frondosa? Quantas frutas tem cada galho? Quantas sementes tem cada fruta? A resposta a cada uma dessas questões não revela o enigma. Se for familiarizado com charadas, o leitor sabe que nem sempre uma árvore é uma árvore, um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, uma semente é uma semente… Traiçoeira, a árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- -nos com o aroma das frutas, intriga-nos com as possibilidades ocultas nas sementes. O que é, o que é? Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é deixar escapar o sentido que se insinua nas ramagens, mas que não está ali. Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao mesmo tempo que se alonga num percurso vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em fl ores, que escondem frutos, que protegem sementes, que ocultam coisas futuras. “Decifra-me ou te devoro.” Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que se desdobram em meses, que se aceleram em dias, que escorrem em horas. Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura Os sentidos que atribuímos ao que se lê dependem, e muito, de nossas experiências anteriores em relação à temática explorada pelo texto, bem como de nossa familiaridade com a prática leitora. As atividades sugeridas neste item favorecem a ativação dos conhecimentos prévios necessários à compreensão e interpretação do escrito. • Explicitação dos conhecimentos prévios necessários à compreensão do texto. • Antecipação de conteúdos tratados no texto a partir da observação de indicadores como título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, informações presentes na quarta capa etc. • Explicitação dos conteúdos da obra a partir dos indicadores observados. b) durante a leitura São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos sentidos do texto pelo leitor. • Leitura global do texto. • Caracterização da estrutura do texto. • Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsáveis pela coesão textual. • Apreciação de recursos expressivos empregados pelo autor. c) depois da leitura São propostas atividades para permitir melhor compreensão e interpretação da obra, indicando, quando for o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como a refl exão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. pertence, analisando a temática, a perspectiva com que é abordada, sua organização estrutural e certos recursos expressivos empregados pelo autor. Com esses elementos, o professor irá identifi car os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser abordados, os temas que poderão ser discutidos e os recursos linguísticos que poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora dos alunos. QUADRO-SÍNTESE O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns dados a respeito da obra e de seu tratamento didático: a indicação do gênero, das palavras-chave, das áreas e temas transversais envolvidos nas atividades propostas; sugestão de leitor presumido para a obra em questão. ✦ nas tramas do texto • Compreensão global do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empregados na obra. • Identifi cação e avaliação dos pontos de vista sustentados pelo autor. • Discussão de diferentes pontos de vista e opiniões diante de questões polêmicas. • Produção de outros textos verbais ou ainda de trabalhos que contemplem as diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc. ✦ nas telas do cinema • Indicação de fi lmes, disponíveis em DVD, que tenham alguma articulação com a obra analisada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional. ✦ nas ondas do som • Indicação de obras musicais que tenham alguma relação com a temática ou estrutura da obra analisada. ✦ nos enredos do real • Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações complementares numa dimensão interdisciplinar. DICAS DE LEITURA Sugestões de outros livros relacionados de alguma maneira ao que está sendo lido, estimulando o desejo de enredar-se nas veredas literárias e ler mais: ◗ do mesmo autor; ◗ sobre o mesmo assunto e gênero; ◗ leitura de desafi o. Indicação de título que se imagina além do grau de autonomia do leitor virtual da obra analisada, com a fi nalidade de ampliar o horizonte de expectativas do aluno-leitor, encaminhando-o para a literatura adulta. __________ 1 In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática. 2 A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. Árvores e tempo de leitura MARIA JOSÉ NÓBREGA 2 3 4 Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental Leitor fl uente — 4o ao 7o anos VEREDAS Parte comum.indd 1 8/13/13 8:37 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel PROJETO DE LEITURA Coordenação: Maria José Nóbrega Elaboração: Luísa Nóbrega DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR Procuramos contextualizar o autor e sua obra no panorama da literatura brasileira para jovens e adultos. RESENHA Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, antecipando a temática, o enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta as possibilidades e necessidades de seus alunos. COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA Apontamos alguns aspectos da obra, considerando as características do gênero a que O que é, o que é, Uma árvore bem frondosa Doze galhos, simplesmente Cada galho, trinta frutas Com vinte e quatro sementes?1 Alegórica árvore do tempo… A adivinha que lemos, como todo e qualquer texto, inscreve-se, necessariamente, em um gênero socialmente construído e tem, portanto, uma relação com a exterioridade que determina as leituras possíveis. O espa- ço da interpretação é regulado tanto pela organização do próprio texto quanto pela memória interdiscursiva, que é social, histórica e cultural. Em lugar de pensar que a cada texto corresponde uma única leitura, é preferível pensar que há tensão entre uma leitura unívoca e outra dialógica. Um texto sempre se relaciona com outros produzidos antes ou depois dele: não há como ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. Retornemos à sombra da frondosa árvore — a árvore do tempo — e contemplemos outras árvores: Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (…) E Deus deu ao homem este mandamento: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás de morrer”.2 Ah, essas árvores e esses frutos, o desejo de conhecer, tão caro ao ser humano… Há o tempo das escrituras e o tempo da memória, e a leitura está no meio, no intervalo, no diálogo. Prática enraizada na experiência humana com a linguagem, a leitura é uma arte a ser compartilhada. A compreensão de um texto resulta do resgate de muitos outros discursos por meio da memória. É preciso que os acontecimentos ou os saberes saiam do limbo e interajam com as palavras. Mas a memória não funciona como o disco rígido de um computador em que se salvam arquivos; é um espaço movediço, cheio de confl itos e deslocamentos. Empregar estratégias de leitura e descobrir quais são as mais adequadas para uma determinada situação constituem um processo que, inicialmente, se produz como atividade externa. Depois, no plano das rela- ções interpessoais e, progressivamente, como resultado de uma série de experiências, se transforma em um processo interno. Somente com uma rica convivência com objetos culturais — em ações socioculturalmente determinadas e abertas à multiplicidade dos modos de ler, presentes nas diversas situações comunicativas — é que a leitura se converte em uma experiência signifi cativa para os alunos. Porque ser leitor é inscrever-se em uma comunidade de leitores que discute os textos lidos, troca impressões e apresenta sugestões para novas leituras. Trilhar novas veredas é o desafi o; transformar a escola numa comunidade de leitores é o horizonte que vislumbramos. Depende de nós. Enigmas e adivinhas convidam à decifra- ção: “trouxeste a chave?”. Encaremos o desafio: trata-se de uma árvore bem frondosa, que tem doze galhos, que têm trinta frutas, que têm vinte e quatro sementes: cada verso introduz uma nova informação que se encaixa na anterior. Quantos galhos tem a árvore frondosa? Quantas frutas tem cada galho? Quantas sementes tem cada fruta? A resposta a cada uma dessas questões não revela o enigma. Se for familiarizado com charadas, o leitor sabe que nem sempre uma árvore é uma árvore, um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, uma semente é uma semente… Traiçoeira, a árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- -nos com o aroma das frutas, intriga-nos com as possibilidades ocultas nas sementes. O que é, o que é? Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é deixar escapar o sentido que se insinua nas ramagens, mas que não está ali. Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao mesmo tempo que se alonga num percurso vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em fl ores, que escondem frutos, que protegem sementes, que ocultam coisas futuras. “Decifra-me ou te devoro.” Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que se desdobram em meses, que se aceleram em dias, que escorrem em horas. Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura Os sentidos que atribuímos ao que se lê dependem, e muito, de nossas experiências anteriores em relação à temática explorada pelo texto, bem como de nossa familiaridade com a prática leitora. As atividades sugeridas neste item favorecem a ativação dos conhecimentos prévios necessários à compreensão e interpretação do escrito. • Explicitação dos conhecimentos prévios necessários à compreensão do texto. • Antecipação de conteúdos tratados no texto a partir da observação de indicadores como título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, informações presentes na quarta capa etc. • Explicitação dos conteúdos da obra a partir dos indicadores observados. b) durante a leitura São apresentados alguns objetivos orientadores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos sentidos do texto pelo leitor. • Leitura global do texto. • Caracterização da estrutura do texto. • Identifi cação das articulações temporais e lógicas responsáveis pela coesão textual. • Apreciação de recursos expressivos empregados pelo autor. c) depois da leitura São propostas atividades para permitir melhor compreensão e interpretação da obra, indicando, quando for o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como a refl exão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. pertence, analisando a temática, a perspectiva com que é abordada, sua organização estrutural e certos recursos expressivos empregados pelo autor. Com esses elementos, o professor irá identifi car os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser abordados, os temas que poderão ser discutidos e os recursos linguísticos que poderão ser explorados para ampliar a competência leitora e escritora dos alunos. QUADRO-SÍNTESE O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns dados a respeito da obra e de seu tratamento didático: a indicação do gênero, das palavras-chave, das áreas e temas transversais envolvidos nas atividades propostas; sugestão de leitor presumido para a obra em questão. ✦ nas tramas do texto • Compreensão global do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empregados na obra. • Identifi cação e avaliação dos pontos de vista sustentados pelo autor. • Discussão de diferentes pontos de vista e opiniões diante de questões polêmicas. • Produção de outros textos verbais ou ainda de trabalhos que contemplem as diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc. ✦ nas telas do cinema • Indicação de fi lmes, disponíveis em DVD, que tenham alguma articulação com a obra analisada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional. ✦ nas ondas do som • Indicação de obras musicais que tenham alguma relação com a temática ou estrutura da obra analisada. ✦ nos enredos do real • Ampliação do trabalho para a pesquisa de informações complementares numa dimensão interdisciplinar. DICAS DE LEITURA Sugestões de outros livros relacionados de alguma maneira ao que está sendo lido, estimulando o desejo de enredar-se nas veredas literárias e ler mais: ◗ do mesmo autor; ◗ sobre o mesmo assunto e gênero; ◗ leitura de desafi o. Indicação de título que se imagina além do grau de autonomia do leitor virtual da obra analisada, com a fi nalidade de ampliar o horizonte de expectativas do aluno-leitor, encaminhando-o para a literatura adulta. __________ 1 In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática. 2 A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. Árvores e tempo de leitura MARIA JOSÉ NÓBREGA 2 3 4 Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental Leitor fl uente — 4o ao 7o anos VEREDAS Parte comum.indd 1 8/13/13 8:37 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel 5 6 7 UM POUCO SOBRE O AUTOR César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fi el apaixonado pela cultura popular. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura de cordel e do repente de viola. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é, ele mesmo, um cordelista, repentista e contador de histórias de cordel. Autor de inúmeros cordéis para todas as faixas etárias, César Obeid ministra cursos de cordel para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Para o teatro, escreveu e produziu dois espetáculos: De repente, o cordel e o infantil A princesa e o quengo nas charadas do destino, dos quais também participou como ator. É autor de Minhas rimas de cordel, Rimas animais, Rimas juninas, Aquecimento global não dá rima com legal, Para ler, ver e ouvir, O cachorro do menino, Brincantes poemas, No país das bexigas, Tupiliques – Heranças Indígenas no Português do Brasil, todos publicados pela Editora Moderna; História de João Grilo e dos três irmãos gigantes, Criança poeta, pela Editora do Brasil; Patinho Feio em cordel, João e o pé de feijão em cordel, pela Mundo Mirim; Desafi os de cordel, pela FTD; O valente domador, pela Scipione. RESENHA César Obeid não é nordestino, mas mostra, em seu trabalho, desenvoltura na criação de versos de cordel para ninguém botar defeito. Sempre com grande senso de humor, o autor nos apresenta, em primeiro lugar, uma série de versos em que brinca com conhecidos provérbios, sem nunca perder o ritmo. A seguir, novas estrofes, dessa vez a partir de crendices populares, em que o medo de passar debaixo da escada ou de quebrar um espelho pode se transformar em poesia. Logo depois, o autor nos desafi a com as suas adivinhas, algumas mais complicadas, outras simples, em que rima a pergunta para depois rimar a resposta. No fi nal do livro há mais um presente: a divertida história de uma velhota fofoqueira, recriada pelo autor da tradição oral. É fácil perceber que os versos de Minhas rimas de cordel foram feitos para ser declamados em voz alta. O autor, muitas vezes, se dirige aos leitores como um contador de histórias que se dirige ao público e ouve suas respostas. O caráter popular desses versos fi ca evidente não somente pela sua estrutura de rimas de cordel, mas também pelos temas escolhidos pelo autor, todos ligados à cultura popular brasileira. Estamos aqui, porém, diante de um trabalho que está longe de ser um estudo distanciado do folclore – o que temos é um autor que reinventa, com muito humor e graça, esse formato tradicional, à sua maneira. QUADRO-SÍNTESE Gênero: cordel. Palavras-chave: cultura popular, folclore, tradição oral, provérbios, crendices, charadas, humor. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes. Tema transversal: pluralidade cultural. Público-alvo: leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental. SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES a) antes da leitura 1. Pergunte aos alunos o que eles sabem a respeito da literatura de cordel. Verifi que se já leram algum folheto de cordel. 2. Informe que os versos de cordel do livro que irão ler trabalham com alguns elementos da cultura popular: provérbios, crendices e adivinhas. Peça que coletem provérbios, crendices e adivinhas que conheçam e os tragam para compartilhar com a classe. 3. Diga a eles que observem as xilogravuras que ilustram o livro. O que elas nos permitem imaginar a respeito do conteúdo do texto? b) durante a leitura 1. Sendo o cordel uma forma de literatura de origem oral, cujos versos são feitos para ser declamados ou cantados, é interessante realizar a leitura do livro em voz alta. Uma possibilidade é dividir a turma em grupos e separar um trecho do livro para cada grupo, marcando uma data para a leitura. 2. Num dos capítulos do livro, o autor constrói rimas a partir de adivinhas: uma estrofe com a pergunta, outra com a resposta. Sugira que tentem decifrar as charadas, antes da leitura das respostas. 3. Peça aos alunos que assinalem os provérbios e as crendices citados no texto que conhecerem. 4. Sugira que procurem perceber as relações que existem entre o texto e as ilustrações feitas por Regina Drozina e Valdeck de Garanhuns. Que provérbio aparece na xilogravura da p. 13? Há referência no texto à crendice representada na xilogravura da p. 27? De que forma a ilustração da p. 31 nos remete às adivinhas? Como a velha fofoqueira da história é caracterizada na imagem da p. 39? 5. Na capa do livro, encontramos um contador de histórias entretendo uma plateia; essa imagem está de acordo com a maneira pela qual o autor nos apresenta os versos de cordel. O autor refere- -se ao leitor com palavras como “ouvintes”, “meu povo”, “pessoal”, demonstrando que a literatura de cordel é escrita para ser falada. Peça aos alunos que identifi quem no texto os momentos em que o autor se dirige diretamente aos leitores e verifi que se percebem que esses momentos nos remetem mais a um contador de histórias se dirigindo a seu público do que a um cronista se dirigindo a seus leitores. c) depois da leitura 1. Retome os provérbios conhecidos pelos alunos e verifi que se compreenderam o sentido dos demais. Compare o texto do provérbio que os alunos conheciam com a forma como são citados no livro: há mudanças? 2. O mesmo pode ser feito com as crendices e as adivinhas. De que maneira os alunos conhecem cada crendice e cada adivinha? Como elas aparecem no livro? 3. A história da velhota fofoqueira, muito divertida, merece uma leitura dramática, já que possui muitos diálogos. O grupo que fi car responsável por essa história poderá eleger uma pessoa para fazer o papel da velhota, outra para o papel do marido e outras para o papel dos narradores. Se possível, seria interessante trazer fi gurinos e outros objetos para a cena. O importante é deixar solta a criatividade. 4. Peça que seus alunos observem as estrofes do texto e verifi quem se o número de versos se modifi ca de uma estrofe para a outra. Peça também que verifi quem quais são os versos que rimam em uma mesma estrofe. E a posição das rimas, muda de uma estrofe para a outra? 5. Chame a atenção de seus alunos para o ritmo fl uente que o cordel tem. Diga-lhes que isso acontece porque os poemas possuem uma métrica e que cada um dos versos tem sete sílabas poéticas. Explique-lhes que a divisão de sílabas, no cordel, não corresponde à que estão acostumados, já que ela está muito mais ligada à sonoridade das palavras do que à sua ortografi a. Analise alguns versos do texto para mostrar como essa divisão funciona, explicando que, em alguns casos, duas sílabas podem se juntar em uma (“mi’a” em vez de “minha”) e que da última palavra do verso não se contam as sílabas posteriores à sílaba tônica. Após a explicação, deixe que seus alunos realizem o “teste”, verifi cando se é verdade que todos os versos do texto têm mesmo sete sílabas. 6. Pode ser interessante trazer uma poesia com uma métrica diferente para apresentar aos alunos. Um poema da literatura erudita, em versos decassílabos (os cordelistas também os utilizam) ou dodecassílabos, e um poema mais moderno, em versos livres. Qual o efeito que cada um dos tipos de métrica produz? Por que será que o verso de sete sílabas é mais utilizado na cultura popular? 7. Agora é a vez de os próprios alunos testarem seu talento como autores de literatura de cordel. Para facilitar o trabalho, podemos trabalhar a partir de um exercício proposto pelo autor César Obeid, hojechamado XAXAXA. O XAXAXA é o esquema das palavras que rimam e não rimam dentro da sextilha, sendo X os versos livres e A os versos com rimas. 1________________________ X 2________________________ A 3________________________ X 4________________________ A 5________________________ X 6________________________ A • Em primeiro lugar, deixe que os alunos escolham o tema que desejam tratar. Então diga a eles que escolham uma palavra que simbolize bem esse tema e que não seja muito difícil de rimar. Essa palavra deve ser colocada no último verso, pois a estrofe de cordel guarda o seu maior sentido na última linha. Depois, peça aos alunos que pensem em outras palavras que rimem com a palavra escolhida e, entre elas, escolham duas para colocar no fi nal dos dois outros versos com rima, o segundo e o quarto. Exemplo: 1______________________ X 2______________________ fl or A 3______________________ X 4______________________ dor A 5______________________ X 6______________________ amor A • Agora é só metrifi car, construindo versos de sete sílabas, e manter as rimas. Exemplo: 1 Eu te dou um chocolate X 2 Um beijinho e uma fl or A 3 É que junto de você X 4 Eu não sei o que é dor A 5 Só resta então dizer X 6 Eu te amo, meu amor. A Observação: Informe aos alunos que as rimas utilizadas pelo autor, como também pela maior parte dos cordelistas, são todas rimas perfeitas, isto é, a rima, dentro de uma palavra, começa sempre na “vogal da sílaba tônica” e vai até o fi nal. 8. Peça aos alunos que realizem uma pesquisa a respeito da literatura de cordel. Qual sua região de origem? (Informar que o cordel é uma manifestação de origem sertaneja, ou seja, a maior parte dos poetas é nascida no sertão. Falar também sobre o processo migratório e dizer que há cordel sendo produzido em praticamente toda grande cidade do país e que São Paulo é o maior polo de cordel fora do Nordeste.) Qual a origem do nome? Quais são os temas e personagens mais recorrentes? Quais os principais autores do gênero? (Não se esquecer de incluir os contemporâneos e confi rmar que a manifestação permanece viva até .) 9. O folheto de cordel quase sempre vem acompanhado de xilogravuras. Peça aos alunos que pesquisem sobre essa técnica trazendo imagens. Se possível, converse com o professor de Artes sobre a possibilidade de os alunos experimentarem essa técnica e criarem, eles mesmos, xilogravuras para ilustrar as suas estrofes de cordel. 10. Para saber mais sobre o assunto e ler outros títulos disponíveis on-line, visite os sites: http:// www.ablc.com.br/ e www.teatrodecordel.com.br 11. Avalie a possibilidade de assistir com a turma a um dos fi lmes: Narradores de Javé. Dir. de Eliane Caffé, Bananeira Filmes/Gullane Filmes/Laterit Productions. Quando os habitantes de Javé tomam conhecimento de que o pequeno vilarejo em que vivem pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica, decidem preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história para escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. O homem que virou suco. Dir. de João Batista de Andrade, Dinafi lme/Embrafi lme/CDI. Um migrante nordestino, contador de cordel e recém-chegado a São Paulo, é confundido com um operário que matou o patrão. Decidido a provar sua inocência, é obrigado a se esconder da polícia. DICAS DE LEITURA ◗ do mesmo autor Aquecimento global não dá rima com legal. São Paulo: Moderna. Brincantes poemas. São Paulo: Moderna. Desafi os de cordel. São Paulo: FTD. Para ler, ver e ouvir. São Paulo: Moderna. Rimas animais. São Paulo: Moderna. Rimas juninas. São Paulo: Moderna. ◗ sobre o mesmo gênero A editora Hedra publicou antologias de renomados autores de cordel: Cordel de Expedito Sebastião Silva Cordel de João Martins de Athayde Cordel de Raimundo Santa Helena Cordel de Severino José Cordel de Rodolfo Coelho Cavalcante Cordel de Zé Vicente Cordel de Teo Azevedo Cordel de Minelvino Francisco Silva Cordel de Cuíca de Santo Amaro Cordel de Patativa do Assaré Antologia de Folhetos de Cordel – Amor, história e luta, de Márcia Abreu (Org.). São Paulo: Moderna. Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental VEREDAS Enc_Minhas rimas de cordel.indd 1 8/29/13 8:53 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel 5 6 7 UM POUCO SOBRE O AUTOR César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fi el apaixonado pela cultura popular. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura de cordel e do repente de viola. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é, ele mesmo, um cordelista, repentista e contador de histórias de cordel. Autor de inúmeros cordéis para todas as faixas etárias, César Obeid ministra cursos de cordel para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Para o teatro, escreveu e produziu dois espetáculos: De repente, o cordel e o infantil A princesa e o quengo nas charadas do destino, dos quais também participou como ator. É autor de Minhas rimas de cordel, Rimas animais, Rimas juninas, Aquecimento global não dá rima com legal, Para ler, ver e ouvir, O cachorro do menino, Brincantes poemas, No país das bexigas, Tupiliques – Heranças Indígenas no Português do Brasil, todos publicados pela Editora Moderna; História de João Grilo e dos três irmãos gigantes, Criança poeta, pela Editora do Brasil; Patinho Feio em cordel, João e o pé de feijão em cordel, pela Mundo Mirim; Desafi os de cordel, pela FTD; O valente domador, pela Scipione. RESENHA César Obeid não é nordestino, mas mostra, em seu trabalho, desenvoltura na criação de versos de cordel para ninguém botar defeito. Sempre com grande senso de humor, o autor nos apresenta, em primeiro lugar, uma série de versos em que brinca com conhecidos provérbios, sem nunca perder o ritmo. A seguir, novas estrofes, dessa vez a partir de crendices populares, em que o medo de passar debaixo da escada ou de quebrar um espelho pode se transformar em poesia. Logo depois, o autor nos desafi a com as suas adivinhas, algumas mais complicadas, outras simples, em que rima a pergunta para depois rimar a resposta. No fi nal do livro há mais um presente: a divertida história de uma velhota fofoqueira, recriada pelo autor da tradição oral. É fácil perceber que os versos de Minhas rimas de cordel foram feitos para ser declamados em voz alta. O autor, muitas vezes, se dirige aos leitores como um contador de histórias que se dirige ao público e ouve suas respostas. O caráter popular desses versos fi ca evidente não somente pela sua estrutura de rimas de cordel, mas também pelos temas escolhidos pelo autor, todos ligados à cultura popular brasileira. Estamos aqui, porém, diante de um trabalho que está longe de ser um estudo distanciado do folclore – o que temos é um autor que reinventa, com muito humor e graça, esse formato tradicional, à sua maneira. QUADRO-SÍNTESE Gênero: cordel. Palavras-chave: cultura popular, folclore, tradição oral, provérbios, crendices, charadas, humor. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes. Tema transversal: pluralidade cultural. Público-alvo: leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental. SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES a) antes da leitura 1. Pergunte aos alunos o que eles sabem a respeito da literatura de cordel. Verifi que se já leram algum folheto de cordel. 2. Informe que os versos de cordel do livro que irão ler trabalham com alguns elementos da cultura popular: provérbios, crendices e adivinhas. Peça que coletem provérbios, crendices e adivinhas que conheçam e os tragam para compartilhar com a classe. 3. Diga a eles que observem as xilogravuras que ilustram o livro. O que elas nos permitem imaginar a respeito do conteúdo do texto? b) durante a leitura 1. Sendo o cordel uma forma de literatura de origem oral, cujos versos são feitos para ser declamados ou cantados, é interessante realizar a leitura do livro em voz alta. Uma possibilidade é dividir a turma em grupos e separar um trecho do livro para cada grupo, marcando uma data para a leitura. 2. Num dos capítulos do livro, o autor constrói rimas a partir de adivinhas: uma estrofe com a pergunta, outra com a resposta. Sugira que tentem decifrar as charadas, antes da leitura das respostas. 3. Peça aos alunos que assinalem os provérbios e as crendices citados no texto que conhecerem. 4. Sugira que procurem perceber as relações que existem entre o texto e as ilustrações feitas por Regina Drozina e Valdeck de Garanhuns. Que provérbio aparece na xilogravura da p. 13? Há referência no texto à crendice representada na xilogravura da p. 27? De que forma a ilustração da p. 31 nos remete às adivinhas? Como a velha fofoqueira da história é caracterizada na imagem da p. 39? 5. Na capa do livro, encontramos um contador de histórias entretendo uma plateia; essa imagem está de acordo com a maneira pela qual o autor nos apresenta os versos de cordel. O autor refere- -se ao leitor com palavras como “ouvintes”, “meu povo”, “pessoal”, demonstrando que a literatura de cordel é escrita para ser falada. Peça aos alunos que identifi quem no texto os momentos em que o autor se dirige diretamente aos leitores e verifi que se percebem que esses momentos nos remetem mais a um contador de histórias se dirigindo a seu público do que a um cronista se dirigindo a seus leitores. c) depois da leitura 1. Retome os provérbios conhecidos pelos alunos e verifi que se compreenderam o sentido dos demais. Compare o texto do provérbio que os alunos conheciam com a forma como são citados no livro: há mudanças? 2. O mesmo pode ser feito com as crendices e as adivinhas. De que maneira os alunos conhecem cada crendice e cada adivinha? Como elas aparecem no livro? 3. A história da velhota fofoqueira, muito divertida, merece uma leitura dramática, já que possui muitos diálogos. O grupo que fi car responsável por essa história poderá eleger uma pessoa para fazer o papel da velhota, outra para o papel do marido e outras para o papel dos narradores. Se possível, seria interessante trazer fi gurinos e outros objetos para a cena. O importante é deixar solta a criatividade. 4. Peça que seus alunos observem as estrofes do texto e verifi quem se o número de versos se modifi ca de uma estrofe para a outra. Peça também que verifi quem quais são os versos que rimam em uma mesma estrofe. E a posição das rimas, muda de uma estrofe para a outra? 5. Chame a atenção de seus alunos para o ritmo fl uente que o cordel tem. Diga-lhes que isso acontece porque os poemas possuem uma métrica e que cada um dos versos tem sete sílabas poéticas. Explique-lhes que a divisão de sílabas, no cordel, não corresponde à que estão acostumados, já que ela está muito mais ligada à sonoridade das palavras do que à sua ortografi a. Analise alguns versos do texto para mostrar como essa divisão funciona, explicando que, em alguns casos, duas sílabas podem se juntar em uma (“mi’a” em vez de “minha”) e que da última palavra do verso não se contam as sílabas posteriores à sílaba tônica. Após a explicação, deixe que seus alunos realizem o “teste”, verifi cando se é verdade que todos os versos do texto têm mesmo sete sílabas. 6. Pode ser interessante trazer uma poesia com uma métrica diferente para apresentar aos alunos. Um poema da literatura erudita, em versos decassílabos (os cordelistas também os utilizam) ou dodecassílabos, e um poema mais moderno, em versos livres. Qual o efeito que cada um dos tipos de métrica produz? Por que será que o verso de sete sílabas é mais utilizado na cultura popular? 7. Agora é a vez de os próprios alunos testarem seu talento como autores de literatura de cordel. Para facilitar o trabalho, podemos trabalhar a partir de um exercício proposto pelo autor César Obeid, chamado XAXAXA. O XAXAXA é o esquema das palavras que rimam e não rimam dentro da sextilha, sendo X os versos livres e A os versos com rimas. 1________________________ X 2________________________ A 3________________________ X 4________________________ A 5________________________ X 6________________________ A • Em primeiro lugar, deixe que os alunos escolham o tema que desejam tratar. Então diga a eles que escolham uma palavra que simbolize bem esse tema e que não seja muito difícil de rimar. Essa palavra deve ser colocada no último verso, pois a estrofe de cordel guarda o seu maior sentido na última linha. Depois, peça aos alunos que pensem em outras palavras que rimem com a palavra escolhida e, entre elas, escolham duas para colocar no fi nal dos dois outros versos com rima, o segundo e o quarto. Exemplo: 1______________________ X 2______________________ fl or A 3______________________ X 4______________________ dor A 5______________________ X 6______________________ amor A • Agora é só metrifi car, construindo versos de sete sílabas, e manter as rimas. Exemplo: 1 Eu te dou um chocolate X 2 Um beijinho e uma fl or A 3 É que junto de você X 4 Eu não sei o que é dor A 5 Só resta então dizer X 6 Eu te amo, meu amor. A Observação: Informe aos alunos que as rimas utilizadas pelo autor, como também pela maior parte dos cordelistas, são todas rimas perfeitas, isto é, a rima, dentro de uma palavra, começa sempre na “vogal da sílaba tônica” e vai até o fi nal. 8. Peça aos alunos que realizem uma pesquisa a respeito da literatura de cordel. Qual sua região de origem? (Informar que o cordel é uma manifestação de origem sertaneja, ou seja, a maior parte dos poetas é nascida no sertão. Falar também sobre o processo migratório e dizer que há cordel sendo produzido em praticamente toda grande cidade do país e que São Paulo é o maior polo de cordel fora do Nordeste.) Qual a origem do nome? Quais são os temas e personagens mais recorrentes? Quais os principais autores do gênero? (Não se esquecer de incluir os contemporâneos e confi rmar que a manifestação permanece viva até hoje.) 9. O folheto de cordel quase sempre vem acompanhado de xilogravuras. Peça aos alunos que pesquisem sobre essa técnica trazendo imagens. Se possível, converse com o professor de Artes sobre a possibilidade de os alunos experimentarem essa técnica e criarem, eles mesmos, xilogravuras para ilustrar as suas estrofes de cordel. 10. Para saber mais sobre o assunto e ler outros títulos disponíveis on-line, visite os sites: http:// www.ablc.com.br/ e www.teatrodecordel.com.br 11. Avalie a possibilidade de assistir com a turma a um dos fi lmes: Narradores de Javé. Dir. de Eliane Caffé, Bananeira Filmes/Gullane Filmes/Laterit Productions. Quando os habitantes de Javé tomam conhecimento de que o pequeno vilarejo em que vivem pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica, decidem preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história para escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. O homem que virou suco. Dir. de João Batista de Andrade, Dinafi lme/Embrafi lme/CDI. Um migrante nordestino, contador de cordel e recém-chegado a São Paulo, é confundido com um operário que matou o patrão. Decidido a provar sua inocência, é obrigado a se esconder da polícia. DICAS DE LEITURA ◗ do mesmo autor Aquecimento global não dá rima com legal. São Paulo: Moderna. Brincantes poemas. São Paulo: Moderna. Desafi os de cordel. São Paulo: FTD. Para ler, ver e ouvir. São Paulo: Moderna. Rimas animais. São Paulo: Moderna. Rimas juninas. São Paulo: Moderna. ◗ sobre o mesmo gênero A editora Hedra publicou antologias de renomados autores de cordel: Cordel de Expedito Sebastião Silva Cordel de João Martins de Athayde Cordel de Raimundo Santa Helena Cordel de Severino José Cordel de Rodolfo Coelho Cavalcante Cordel de Zé Vicente Cordel de Teo Azevedo Cordel de Minelvino Francisco Silva Cordel de Cuíca de Santo Amaro Cordel de Patativa do Assaré Antologia de Folhetos de Cordel – Amor, história e luta, de Márcia Abreu (Org.). São Paulo: Moderna. Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental VEREDAS Enc_Minhas rimas de cordel.indd 1 8/29/13 8:53 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel 5 6 7 UM POUCO SOBRE O AUTOR César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fi el apaixonado pela cultura popular. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura de cordel e do repente de viola. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é, ele mesmo, um cordelista, repentista e contador de histórias de cordel. Autor de inúmeros cordéis para todas as faixas etárias, César Obeid ministra cursos de cordel para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Para o teatro, escreveu e produziu dois espetáculos: De repente, o cordel e o infantil A princesa e o quengo nas charadas do destino, dos quais também participou como ator. É autor de Minhas rimas de cordel, Rimas animais, Rimas juninas, Aquecimento global não dá rima com legal, Para ler, ver e ouvir, O cachorro do menino, Brincantes poemas, No país das bexigas, Tupiliques – Heranças Indígenas no Português do Brasil, todos publicados pela Editora Moderna; História de João Grilo e dos três irmãos gigantes, Criança poeta, pela Editora do Brasil; Patinho Feio em cordel, João e o pé de feijão em cordel, pela Mundo Mirim; Desafi os de cordel, pela FTD; O valente domador, pela Scipione. RESENHA César Obeid não é nordestino, mas mostra, em seu trabalho, desenvoltura na criação de versos de cordel para ninguém botar defeito. Sempre com grande senso de humor, o autor nos apresenta, em primeiro lugar, uma série de versos em que brinca com conhecidos provérbios, sem nunca perder o ritmo. A seguir, novas estrofes, dessa vez a partir de crendices populares, em que o medo de passar debaixo da escada ou de quebrar um espelho pode se transformar em poesia. Logo depois, o autor nos desafi a com as suas adivinhas, algumas mais complicadas, outras simples, em que rima a pergunta para depois rimar a resposta. No fi nal do livro há mais um presente: a divertida história de uma velhota fofoqueira, recriada pelo autor da tradição oral. É fácil perceber que os versos de Minhas rimas de cordel foram feitos para ser declamados em voz alta. O autor, muitas vezes, se dirige aos leitores como um contador de histórias que se dirige ao público e ouve suas respostas. O caráter popular desses versos fi ca evidente não somente pela sua estrutura de rimas de cordel, mas também pelos temas escolhidos pelo autor, todos ligados à cultura popular brasileira. Estamos aqui, porém, diante de um trabalho que está longe de ser um estudo distanciado do folclore – o que temos é um autor que reinventa, com muito humor e graça, esse formato tradicional, à sua maneira. QUADRO-SÍNTESE Gênero: cordel. Palavras-chave: cultura popular, folclore, tradição oral, provérbios, crendices, charadas, humor. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes. Tema transversal: pluralidade cultural. Público-alvo: leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental. SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES a) antes da leitura 1. Pergunte aos alunos o que eles sabem a respeito da literatura de cordel. Verifi que se já leram algum folheto de cordel. 2. Informe que os versos de cordel do livro que irão ler trabalham com alguns elementos da cultura popular: provérbios, crendices e adivinhas. Peça que coletem provérbios, crendices e adivinhas que conheçam e os tragam para compartilhar com a classe. 3. Diga a eles que observem as xilogravuras que ilustram o livro. O que elas nos permitem imaginar a respeito do conteúdo do texto? b) durante a leitura 1. Sendo o cordel uma forma de literatura de origem oral, cujos versos são feitos para ser declamados ou cantados, é interessante realizar a leitura do livro em voz alta. Uma possibilidade é dividir a turma em grupos e separar um trecho do livro para cada grupo, marcando uma data para a leitura. 2. Num dos capítulos do livro, o autor constrói rimas a partir de adivinhas: uma estrofe com a pergunta, outra com a resposta. Sugira que tentem decifrar as charadas, antes da leitura das respostas. 3. Peça aos alunos que assinalem os provérbios e as crendices citados no texto que conhecerem. 4. Sugira que procurem perceber as relações que existem entre o texto e as ilustrações feitas por Regina Drozina e Valdeck de Garanhuns. Que provérbio aparece na xilogravura da p. 13? Há referência no texto à crendice representada na xilogravura da p. 27? De que forma a ilustração da p. 31 nos remete às adivinhas? Como a velha fofoqueira da história é caracterizada na imagem da p. 39? 5. Na capa do livro, encontramos um contador de histórias entretendo uma plateia; essa imagem está de acordo com a maneira pela qual o autor nos apresenta os versos de cordel. O autor refere- -se ao leitor com palavras como “ouvintes”, “meu povo”, “pessoal”, demonstrando que a literatura de cordel é escrita para ser falada. Peça aos alunos que identifi quem no texto os momentos em que o autor se dirige diretamente aos leitores e verifi que se percebem que esses momentos nos remetem mais a um contador de histórias se dirigindo a seu público do que a um cronista se dirigindo a seus leitores. c) depois da leitura 1. Retome os provérbios conhecidos pelos alunos e verifi que se compreenderam o sentido dos demais. Compare o texto do provérbio que os alunos conheciam com a forma como são citados no livro: há mudanças? 2. O mesmo pode ser feito com as crendices e as adivinhas. De que maneira os alunos conhecem cada crendice e cada adivinha? Como elas aparecem no livro? 3. A história da velhota fofoqueira, muito divertida, merece uma leitura dramática, já que possui muitos diálogos. O grupo que fi car responsável por essa história poderá eleger uma pessoa para fazer o papel da velhota, outra para o papel do marido e outras para o papel dos narradores. Se possível, seria interessante trazer fi gurinos e outros objetos para a cena. O importante é deixar solta a criatividade. 4. Peça que seus alunos observem as estrofes do texto e verifi quem se o número de versos se modifi ca de uma estrofe para a outra. Peça também que verifi quem quais são os versos que rimam em uma mesma estrofe. E a posição das rimas, muda de uma estrofe para a outra? 5. Chame a atenção de seus alunos para o ritmo fl uente que o cordel tem. Diga-lhes que isso acontece porque os poemas possuem uma métrica e que cada um dos versos tem sete sílabas poéticas. Explique-lhes que a divisão de sílabas, no cordel, não corresponde à que estão acostumados, já que ela está muito mais ligada à sonoridade das palavras do que à sua ortografi a. Analise alguns versos do texto para mostrar como essa divisão funciona, explicando que, em alguns casos, duas sílabas podem se juntar em uma (“mi’a” em vez de “minha”) e que da última palavra do verso não se contam as sílabas posteriores à sílaba tônica. Após a explicação, deixe que seus alunos realizem o “teste”, verifi cando se é verdade que todos os versos do texto têm mesmo sete sílabas. 6. Pode ser interessante trazer uma poesia com uma métrica diferente para apresentar aos alunos. Um poema da literatura erudita, em versos decassílabos (os cordelistas também os utilizam) ou dodecassílabos, e um poema mais moderno, em versos livres. Qual o efeito que cada um dos tipos de métrica produz? Por que será que o verso de sete sílabas é mais utilizado na cultura popular? 7. Agora é a vez de os próprios alunos testarem seu talento como autores de literatura de cordel. Para facilitar o trabalho, podemos trabalhar a partir de um exercício proposto pelo autor César Obeid, chamado XAXAXA. O XAXAXA é o esquema das palavras que rimam e não rimam dentro da sextilha, sendo X os versos livres e A os versos com rimas. 1________________________ X 2________________________ A 3________________________ X 4________________________ A 5________________________ X 6________________________ A • Em primeiro lugar, deixe que os alunos escolham o tema que desejam tratar. Então diga a eles que escolham uma palavra que simbolize bem esse tema e que não seja muito difícil de rimar. Essa palavra deve ser colocada no último verso, pois a estrofe de cordel guarda o seu maior sentido na última linha. Depois, peça aos alunos que pensem em outras palavras que rimem com a palavra escolhida e, entre elas, escolham duas para colocar no fi nal dos dois outros versos com rima, o segundo e o quarto. Exemplo: 1______________________ X 2______________________ fl or A 3______________________ X 4______________________ dor A 5______________________ X 6______________________ amor A • Agora é só metrifi car, construindo versos de sete sílabas, e manter as rimas. Exemplo: 1 Eu te dou um chocolate X 2 Um beijinho e uma fl or A 3 É que junto de você X 4 Eu não sei o que é dor A 5 Só resta então dizer X 6 Eu te amo, meu amor. A Observação: Informe aos alunos que as rimas utilizadas pelo autor, como também pela maior parte dos cordelistas, são todas rimas perfeitas, isto é, a rima, dentro de uma palavra, começa sempre na “vogal da sílaba tônica” e vai até o fi nal. 8. Peça aos alunos que realizem uma pesquisa a respeito da literatura de cordel. Qual sua região de origem? (Informar que o cordel é uma manifestação de origem sertaneja, ou seja, a maior parte dos poetas é nascida no sertão. Falar também sobre o processo migratório e dizer que há cordel sendo produzido em praticamente toda grande cidade do país e que São Paulo é o maior polo de cordel fora do Nordeste.) Qual a origem do nome? Quais são os temas e personagens mais recorrentes? Quais os principais autores do gênero? (Não se esquecer de incluir os contemporâneos e confi rmar que a manifestação permanece viva até hoje.) 9. O folheto de cordel quase sempre vem acompanhado de xilogravuras. Peça aos alunos que pesquisem sobre essa técnica trazendo imagens. Se possível, converse com o professor de Artes sobre a possibilidade de os alunos experimentarem essa técnica e criarem, eles mesmos, xilogravuras para ilustrar as suas estrofes de cordel. 10. Para saber mais sobre o assunto e ler outros títulos disponíveis on-line, visite os sites: http:// www.ablc.com.br/ e www.teatrodecordel.com.br 11. Avalie a possibilidade de assistir com a turma a um dos fi lmes: Narradores de Javé. Dir. de Eliane Caffé, Bananeira Filmes/Gullane Filmes/Laterit Productions. Quando os habitantes de Javé tomam conhecimento de que o pequeno vilarejo em que vivem pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica, decidem preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história para escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. O homem que virou suco. Dir. de João Batista de Andrade, Dinafi lme/Embrafi lme/CDI. Um migrante nordestino, contador de cordel e recém-chegado a São Paulo, é confundido com um operário que matou o patrão. Decidido a provar sua inocência, é obrigado a se esconder da polícia. DICAS DE LEITURA ◗ do mesmo autor Aquecimento global não dá rima com legal. São Paulo: Moderna. Brincantes poemas. São Paulo: Moderna. Desafi os de cordel. São Paulo: FTD. Para ler, ver e ouvir. São Paulo: Moderna. Rimas animais. São Paulo: Moderna. Rimas juninas. São Paulo: Moderna. ◗ sobre o mesmo gênero A editora Hedra publicou antologias de renomados autores de cordel: Cordel de Expedito Sebastião Silva Cordel de João Martins de Athayde Cordel de Raimundo Santa Helena Cordel de Severino José Cordel de Rodolfo Coelho Cavalcante Cordel de Zé Vicente Cordel de Teo Azevedo Cordel de Minelvino Francisco Silva Cordel de Cuíca de Santo Amaro Cordel de Patativa do Assaré Antologia de Folhetos de Cordel – Amor, história e luta, de Márcia Abreu (Org.). São Paulo: Moderna. Leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental VEREDAS Enc_Minhas rimas de cordel.indd 1 8/29/13 8:53 AM CÉSAR OBEID Minhas rimas de cordel 5 6 7 UM POUCO SOBRE O AUTOR César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fi el apaixonado pela cultura popular. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura de cordel e do repente de viola. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é, ele mesmo, um cordelista, repentista e contador de histórias de cordel. Autor de inúmeros cordéis para todas as faixas etárias, César Obeid ministra cursos de cordel para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Para o teatro, escreveu e produziu dois espetáculos: De repente, o cordel e o infantil A princesa e o quengo nas charadas do destino, dos quais também participou como ator. É autor de Minhas rimas de cordel, Rimas animais, Rimas juninas, Aquecimento global não dá rima com legal, Para ler, ver e ouvir, O cachorro do menino, Brincantes poemas, No país das bexigas, Tupiliques – Heranças Indígenas no Português do Brasil, todos publicados pela Editora Moderna; História de João Grilo e dos três irmãos gigantes, Criança poeta, pela Editora do Brasil; Patinho Feio em cordel, João e o pé de feijão em cordel, pela Mundo Mirim; Desafi os de cordel, pela FTD; O valente domador, pela Scipione. RESENHA César Obeid não é nordestino, mas mostra, em seu trabalho, desenvoltura na criação de versos de cordel para ninguém botar defeito. Sempre com grande senso de humor, o autor nos apresenta, em primeiro lugar, uma série de versos em que brinca com conhecidos provérbios, sem nunca perder o ritmo. A seguir, novas estrofes, dessa vez a partir de crendices populares, em que o medo de passar debaixo da escada ou de quebrar um espelho pode se transformar em poesia. Logo depois, o autor nos desafi a com as suas adivinhas, algumas mais complicadas, outras simples, em que rima a pergunta para depois rimar a resposta. No fi nal do livro há mais um presente: a divertida história de uma velhota fofoqueira, recriada pelo autor da tradição oral. É fácil perceber que os versos de Minhas rimas de cordel foram feitos para ser declamados em voz alta. O autor, muitas vezes, se dirige aos leitores como um contador de histórias que se dirige ao público e ouve suas respostas. O caráter popular desses versos fi ca evidente não somente pela sua estrutura de rimas de cordel, mas também pelos temas escolhidos pelo autor, todos ligados à cultura popular brasileira. Estamos aqui, porém, diante de um trabalho que está longe de ser um estudo distanciado do folclore – o que temos é um autor que reinventa, com muito humor e graça, esse formato tradicional, à sua maneira. QUADRO-SÍNTESE Gênero: cordel. Palavras-chave: cultura popular, folclore, tradição oral, provérbios, crendices, charadas, humor. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes. Tema transversal: pluralidade cultural. Público-alvo: leitor fl uente – 4o ao 7o ano do Ensino Fundamental. SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES a) antes da leitura 1. Pergunte aos alunos o que eles sabem a respeito da literatura de cordel. Verifi que se já leram algum folheto de cordel. 2. Informe que os versos de cordel do livro que irão ler trabalham com alguns elementos da cultura popular: provérbios, crendices e adivinhas. Peça que coletem provérbios, crendices e adivinhas que conheçam e os tragam para compartilhar com a classe. 3. Diga a eles que observem as xilogravuras que ilustram o livro. O que elas nos permitem imaginar a respeito do conteúdo do texto? b) durante a leitura 1. Sendo o cordel uma forma de literatura de origem oral, cujos versos são feitos para ser declamados ou cantados, é interessante realizar a leitura do livro em voz alta. Uma possibilidade é dividir a turma em grupos e separar um trecho do livro para cada grupo, marcando uma data para a leitura. 2. Num dos capítulos do livro, o autor constrói rimas a partir de adivinhas: uma estrofe com a pergunta, outra com a resposta. Sugira que tentem decifrar as charadas, antes da leitura das respostas. 3. Peça aos alunos que assinalem os provérbios e as crendices citados no texto que conhecerem. 4. Sugira que procurem perceber as relações que existem entre o texto e as ilustrações feitas por Regina Drozina e Valdeck de Garanhuns. Que provérbio aparece na xilogravura da p. 13? Há referência no texto à crendice representada na xilogravura da p. 27? De que forma a ilustração da p. 31 nos remete às adivinhas? Como a velha fofoqueira da história é caracterizada na imagem da p. 39? 5. Na capa do livro, encontramos um contador de histórias entretendo uma plateia; essa imagem está de acordo com a maneira pela qual o autor nos apresenta os versos de cordel. O autor refere- -se ao leitor com palavras como “ouvintes”, “meu povo”, “pessoal”, demonstrando que a literatura de cordel é escrita para ser falada. Peça aos alunos que identifi quem no texto os momentos em que o autor se dirige diretamente aos leitores e verifi que se percebem que esses momentos nos remetem mais a um contador de histórias se dirigindo a seu público do que a um cronista se dirigindo a seus leitores. c) depois da leitura 1. Retome os provérbios conhecidos pelos alunos e verifi que se compreenderam o sentido dos demais. Compare o texto do provérbio que os alunos conheciam com a forma como são citados no livro: há mudanças? 2. O mesmo pode ser feito com as crendices e as adivinhas. De que maneira os alunos conhecem cada crendice e cada adivinha? Como elas aparecem no livro? 3. A história da velhota fofoqueira, muito divertida, merece uma leitura dramática, já que possui muitos diálogos. O grupo que fi car responsável por essa história poderá eleger uma pessoa para fazer o papel da velhota, outra para o papel do marido e outras para o papel dos narradores. Se possível, seria interessante trazer fi gurinos e outros objetos para a cena. O importante é deixar solta a criatividade. 4. Peça que seus alunos observem as estrofes do texto e verifi quem se o número de versos se modifi ca de uma estrofe para a outra. Peça também que verifi quem quais são os versos que rimam em uma mesma estrofe. E a posição das rimas, muda de uma estrofe para a outra? 5. Chame a atenção de seus alunos para o ritmo fl uente que o cordel tem. Diga-lhes que isso acontece porque os poemas possuem uma métrica e que cada um dos versos tem sete sílabas poéticas. Explique-lhes que a divisão de sílabas, no cordel, não corresponde à que estão acostumados, já que ela está muito mais ligada à sonoridade das palavras do que à sua ortografi a. Analise alguns versos do texto para mostrar como essa divisão funciona, explicando que, em alguns casos, duas sílabas podem se juntar em uma (“mi’a” em vez de “minha”) e que da última palavra do verso não se contam as sílabas posteriores à sílaba tônica. Após a explicação, deixe que seus alunos realizem o “teste”, verifi cando se é verdade que todos os versos do texto têm mesmo sete sílabas. 6. Pode ser interessante trazer uma poesia com uma métrica diferente para apresentar aos alunos. Um poema da literatura erudita, em versos decassílabos (os cordelistas também os utilizam) ou dodecassílabos, e um poema mais moderno, em versos livres. Qual o efeito que cada um dos tipos de métrica produz? Por que será que o verso de sete sílabas é mais utilizado na cultura popular? 7. Agora é a vez de os próprios alunos testarem seu talento como autores de literatura de cordel. Para facilitar o trabalho, podemos trabalhar a partir de um exercício proposto pelo autor César Obeid, chamado XAXAXA. O XAXAXA é o esquema das palavras que rimam e não rimam dentro da sextilha, sendo X os versos livres e A os versos com rimas. 1________________________ X 2________________________ A 3________________________ X 4________________________ A 5________________________ X 6________________________ A • Em primeiro lugar, deixe que os alunos escolham o tema que desejam tratar. Então diga a eles que escolham uma palavra que simbolize bem esse tema e que não seja muito difícil de rimar. Essa palavra deve ser colocada no último verso, pois a estrofe de cordel guarda o seu maior sentido na última linha. Depois, peça aos alunos que pensem em outras palavras que rimem com a palavra escolhida e, entre elas, escolham duas para colocar no fi nal dos dois outros versos com rima, o segundo e o quarto. Exemplo: 1______________________ X 2______________________ fl or A 3______________________ X 4______________________ dor A 5______________________ X 6______________________ amor A • Agora é só metrifi car, construindo versos de sete sílabas, e manter as rimas. Exemplo: 1 Eu te dou um chocolate X 2 Um beijinho e uma fl or A 3 É que junto de você X 4 Eu não sei o que é dor A 5 Só resta então dizer X 6 Eu te amo, meu amor. A Observação: Informe aos alunos que as rimas utilizadas pelo autor, como também pela maior parte dos cordelistas, são todas rimas perfeitas, isto é, a rima, dentro de uma palavra, começa sempre na “vogal da sílaba tônica” e vai até o fi nal. 8. Peça aos alunos que realizem uma pesquisa a respeito da literatura de cordel. Qual sua região de origem? (Informar que o cordel é uma manifestação de origem sertaneja, ou seja, a maior parte dos poetas é nascida no sertão. Falar também sobre o processo migratório e dizer que há cordel sendo produzido em praticamente toda grande cidade do país e que São Paulo é o maior polo de cordel fora do Nordeste.) Qual a origem do nome? Quais são os temas e personagens mais recorrentes? Quais os principais autores do gênero? (Não se esquecer de incluir os contemporâneos e confi rmar que a manifestação permanece viva até hoje.) 9. O folheto de cordel quase sempre vem acompanhado de xilogravuras. Peça aos alunos que pesquisem sobre essa técnica trazendo imagens. Se possível, converse com o professor de Artes sobre a possibilidade de os alunos experimentarem essa técnica e criarem, eles mesmos, xilogravuras para ilustrar as suas estrofes de cordel. 10. Para saber mais sobre o assunto e ler outros títulos disponíveis on-line, visite os sites: http:// www.ablc.com.br/ e www.teatrodecordel.com.br 11. Avalie a possibilidade de assistir com a turma a um dos fi lmes: Narradores de Javé. Dir. de Eliane Caffé, Bananeira Filmes/Gullane Filmes/Laterit Productions. Quando os habitantes de Javé tomam conhecimento de que o pequeno vilarejo em que vivem pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica, decidem preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história para escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. O homem que virou suco. Dir. de João Batista de Andrade, Dinafi lme/Embrafi lme/CDI. Um migrante nordestino, contador de cordel e recém-chegado a São Paulo, é confundido com um operário que matou o patrão. Decidido a provar sua inocência, é obrigado a se esconder da polícia. DICAS DE LEITURA ◗ do mesmo autor Aquecimento global não dá rima com legal. São Paulo: Moderna. Brincantes poemas. São Paulo: Moderna. Desafi os de cordel. São Paulo: FTD. Para ler, ver e ouvir. São Paulo: Moderna. Rimas animais. São Paulo: Moderna. Rimas juninas. São Paulo: Moderna. ◗ sobre o mesmo gênero A editora Hedra publicou antologias de renomados autores de cordel: Cordel de Expedito Sebastião Silva Cordel de João Martins de Athayde Cordel de Raimundo Santa Helena Cordel de Severino José Cordel de Rodolfo Coelho Cavalcante Cordel de Zé Vicente Cordel de Teo Azevedo Cordel de Minelvino Francisco Silva Cordel de Cuíca de Santo Amaro Cordel de Patativa do Assaré Antologia de Folhetos de Cordel – Amor, história e luta, de Márcia